O último dia do festival Oito24 começou com o grupo cabo-verdiano Cachupa Psicadélica, ritmos crioulos para aquecer os motores ou, nas palavras dos próprios, “música para fazer fotossíntese”, um projecto com origens étnicas declaradamente assumidas.
Ainda no pico do calor, bem a meio da tarde, na Biblioteca Municipal, actuou Rubel, a quem já chamaram o príncipe encantado da nova música brasileira. O músico Carioca apresentou-se com um Folk nostálgico, partilhando letras reflexivas sobre buscas, encontros, sentimentos e raízes, e um estado permanente de pequenas saudades, merecendo os longos aplausos e os merecidos elogios com que foi brindado.
Na mitologia pagã finlandesa, Surma é uma besta que guarda as chaves do mundo subterrâneo. Débora Umbelino, nascida em Leiria, adoptou o nome para se apresentar ao mundo, revelando uma apaixonante abordagem minimalista que abraça jazz, pop, post-rock, electrónica e noise, criando ambientes delicados e contagiantes. Figura singular do recente panorama do noise/experimental, Surma conduziu Espinho até paragens desconhecidas, numa viagem de janelas abertas porque o frio, quando é bom, também aquece.
Posteriormente, actuou o trio de Coimbra Birds are Indie, descontraídos, românticos, meditativos, que cantaram a vida como se os pássaros fossem essa terapia, simples, pulsante, esvoaçante.
Pelo pôr-do-sol, Mojo Hannah e Nuno di Rosso conjugaram estilos, abraçando uma viagem que passou pelo soul, pelo funk, pelo disco, e pelo hip-hop.
Finalmente e em jeito de epílogo, Miguel Araújo, figura incontornável do rock-pop português, fechou o festival, deixando os espinhenses preenchidos com sorrisos, agradecidos, que terá levado o músico a afirmar que terá sido um dos melhores concertos do ano.
Aguardam-se cenas dos próximos capítulos…
Texto: Pedro dos Santos
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